O que pesa mais, o corpo
ou as emoções?
Emagrecer é muito mais do que eliminar peso corporal. Não basta ter vontade. O emagrecimento está intrinsicamente ligado aos processos psíquicos e vivenciais. Todo desenvolvimento acontece nas relações, portanto, o corpo não pode ser excluído dessa grande dimensão da expressão humana. Nossas alegrias, tristezas e angústias constroem a nossa história e ajuda a definir o caminho oscilante do corpo que ganha e perde peso segundo nossas experiências relacionais.
Emagrecer é muito mais do que eliminar peso corporal. Não basta ter vontade. O emagrecimento está intrinsicamente ligado aos processos psíquicos e vivenciais. Todo desenvolvimento acontece nas relações, portanto, o corpo não pode ser excluído dessa grande dimensão da expressão humana. Nossas alegrias, tristezas e angústias constroem a nossa história e ajuda a definir o caminho oscilante do corpo que ganha e perde peso segundo nossas experiências relacionais.
Na maior parte das vezes, o
foco de atenção permanece rígido em direção ao corpo concreto, exigindo sua
mudança imediata apesar da constatação periódica do insucesso estratégico sobre
o foco definido. Como resultado, recaímos sobre um caldo de ansiedade que nos
torna reféns de uma exigência ilusória, onde o corpo assume o dever de ser
magro, independentemente de suas emoções.
Quem já não ganhou ou perdeu peso emocional? Esse dado informativo, certamente percorre o currículo íntimo
de cada um de nós. O corpo responde às emoções e oscila junto com elas. Sendo
assim, é preciso identificar as razões que nos remete a esse quadro, pois do
contrário, qualquer tentativa para perder peso, somente afasta o peso e não o
elimina. A representação simbólica permanece dando notícias através do corpo e
apelando, ao seu dono, o cuidado mais profundo a respeito do que realmente está
pesado.
Lembrar que não somente as
emoções ditas negativas são os vilões da distorção corporal. Lidar com todo um
espectro emocional é exercício diário, pois demanda a capacidade de discernir e
traduzir as emoções em forma de sentimentos passíveis de serem administrados.
Quando não traduzidos, ou seja, quando não percebidos, identificados e
nomeados, corre-se o risco de permanecerem no campo da vulnerabilidade,
tornando-se presa fácil para a tão conhecida exacerbação alimentar.
Comemos por ansiedade, na medida em que nos fragilizamos perante
emoções não identificadas, sejam elas positivas e/ou negativas. Essa fragilidade fala de uma inabilidade para traduzir a
vivência da emoção em sentimento reconhecido. Para melhor entendimento, uma
sensação de alegria ou de tristeza pode nos causar desconforto pela inabilidade
perceptiva. Sentimos e não sabemos o que sentimos. Algo nos retira do lugar
seguro e confortável promovendo uma alteração inconsciente, criando uma
ansiedade intrínseca a fim de controlar a onda de emoção. Nesse momento, é
importante observar o fluxo interno buscando nomeação adequada para a situação
vivida. A partir daí, é possível enfrentar o sentimento, pois a emoção não tem
forma, mas o sentimento oferece direção. Se feliz, podemos compartilhar a felicidade
e assim distribuir a energia gerada de forma saudável e produtiva. Se triste,
podemos também compartilhar com a intenção de dissolver a energia acumulada por
conta de uma experiência desconfortável. Enfim, não importa se a emoção é boa
ou ruim, o que vale é o destino que damos a ela. Na falta de uma direção, o
canal para dissipar o acúmulo energético, acaba sendo pela conhecida via de
conforto e alívio. Por pouco tempo, é lógico! Recorremos à comida na intenção
de encontrar um ponto de equilíbrio entre a fragilidade do que vivemos e a
inabilidade do que somos capazes de administrar.
Ganhar ou perder peso depende muito mais da nossa trajetória
enquanto ser humano e de todo aprendizado sobre as experiências relacionais.
Pensando assim, vale questionar: o que pesa mais, o corpo ou as emoções?
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