Dieta CertaEnfrentando a frustração perante as dietas e descobrindo o melhor caminho Segunda-feira é sempre um bom dia para começar uma dieta, certo? Acreditamos que o início da semana traz os fluídos de um novo ciclo e com ele, uma nova esperança. Passamos o final de semana no deleite gastronômico, longe da culpa, pela promessa de que tudo será diferente daqui por diante. Entre uma guloseima e outra, vamos organizando mentalmente a estratégia que nos espera mais adiante. Sábado e domingo recheado por comilança e esperança chegam ao fim e a segunda-feira se anuncia. Acordamos no dia eleito para a mudança com a disposição de um samurai. As escolhas são feitas baseadas no plano desenvolvido com antecedência. Contamos calorias, pontos, pesos e medidas. A sensação de sucesso nos invade pelo gosto capturado a cada prato montado. Perfeito! Tudo caminha como previsto! Terça-feira! Mantemos a firme decisão e continuamos a nossa batalha. Ao final da tarde a memória sensorial do doce, solicita uma escolha inadequada. Ah! Que vontade de comer alguma coisa doce! O velho e conhecido discurso retornando como repetição de disco arranhado. Em tom desafiador, levantamos armas contra o desejo e iniciamos uma longa batalha para eliminar o inimigo. A censura mental mantém pé firme, nos lembrando padrões de comportamentos ditos adequados. Não coma isso, não coma aquilo! Isso é proibido! Isso nem pensar! Como assombro, a vigilância permanece sem descanso. O dia termina, assistindo os efeitos da disputa entre o desejo e a censura. Quarta-feira! Ameaça instalada! Hoje vai ter festa e como já sabemos, dieta não combina com festas. Dilema! Ir ou não ir, eis a questão! Nossa “amiga”, dona censura, mantenedora fiscal, com os olhos de uma águia, percebe o perigo e aumenta o nível de pressão para garantir proteção do planejamento inicial. O recado se estabelece: Nada vai nos deter! Esse é o momento nevrálgico de toda dieta. O conflito entre atender a demanda da censura que implementa a proibição e o desejo que busca satisfação. O conflito gera ansiedade, retroalimentando as diferentes forças que puxam o nosso ser para lados opostos, como cabo de guerra. O dia prossegue clamando pela inexistência do fato. Usamos forças sobre humanas para amenizar o sofrimento. Disfarçadamente abrimos a gaveta, consumindo um fragmento de acalanto em forma de bala. A sensação de fracasso dispara, rondando nosso entardecer. A ansiedade inflando como balão solitário no meio do nada, denuncia nossa fragilidade diante de tanta expectativa que nos aprisiona ao cumprimento de um padrão de comportamento socialmente estabelecido. O imperativo do “Tem que”! Tem que comer isso! Tem que comer só aquilo! Tem que obedecer! Tem que ter força de vontade! Ufa! Acreditamos, verdadeiramente, que esse é o caminho certo da Dieta Certa. Ouso questionar! Será mesmo? Quais os resultados colhidos com esse tipo de programação mental? Quando foi a última vez que essa auto e/ou hetero perseguição cruel nos proporcionou a felicidade de um corpo desejado? Cabe ressaltar: Excesso de pressão gera ansiedade que gera mais pressão que gera mais ansiedade... E no final, não há como escapar do “estouro da boiada”. Portanto, é de se questionar se a dieta certa é tão certa assim. Na dúvida, pergunte ao SI MESMO! Sua essência individual e intransferível certamente terá a resposta certa de uma dieta certa. Que será a SUA DIETA. Sendo sua, a pressão e ansiedade tendem ao afastamento pela possível dissolução do cabo de guerra nomeado como única direção. Laura Cavalcanti - Psicóloga Quer receber outros artigos? Cadastre-se |
Martins – 1994
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
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