Ninguém emagrece efetivamente sem reorganizar a vida e preparar-se para este evento. Emagrecer e ficar magro é uma condição que exige competência para lidar com a força imposta pela nova imagem corporal adquirida através do tratamento.
Martins – 1994

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Divã Responde

Pergunta ao Divã
Tenho momentos de alegrias e de tristeza no mesmo dia. Pela manhã, parece que se eu não comer um doce eu fico de mau humor, não consigo controlar a vontade de comer salgados, bolos e como escondido para ninguém ver que idiota que eu sou. A única prejudicada sou eu, eu tenho consciência dos meus atos, mas parece que não adianta. Hoje eu como pouco, amanhã desconto tudo que eu não comi ontem. Como rápido. Parece que a comida vai acabar. Sinto-me horrível sem vontade de ir ao mercado, de sair à noite com o meu marido, e nem de visitar a família que eu gosto de fazer, mas não tenho, mas animo para isso. Por vezes gostaria de acabar com tudo isso e comer sem parar e não me importar com mais nada. Tenho pressão alta por causa do peso e sempre adio as pedalas ate mesmo a dança que eu gosto muito. Não tenho mais vontade de dançar. Choro todos os dias na frente do espelho quando olho a minha imagem. Será que eu existo ainda neste corpo ou eu vivo para comer? (T.R.)

Quantidade X Qualidade de Afeto


Resposta do Divã
Minha querida, você vive no seu corpo e tenha certeza de que essa pode ser uma experiência satisfatória. O que está acontecendo sinaliza de que algo precisa mudar. Chorar é uma das formas para lidar com a situação, mas é preciso buscar outros caminhos que possam lhe resgatar desse ciclo de sofrimento.

A comida neste caso parece estar substituindo uma demanda de afeto. É comum, a atitude desmedida em relação à comida, na medida em que não temos clareza sobre nossas necessidades emocionais. Os sentimentos oscilantes de alegria e tristeza são efeitos desse desequilíbrio. Tudo fica muito confuso e de alguma forma buscamos nos equilibrar. Portanto, a primeira coisa a ser esclarecida diz respeito à sua intenção positiva. Apesar de o comportamento estar longe do adequado, esse tem sido o seu jeito de cuidar-se. É importante reconhecer a sua intenção positiva, pois somente assim, será possível mudar o rumo da história. Lembre-se, você não quer o seu mal, não quer transformar seus dias em dias ruins. Pelo contrário, está buscando equilíbrio, porém, de forma distorcida. A comida, em geral, é uma parceira compreensiva e imaginamos que ela tem condições de aliviar nosso sofrimento. Diante da experiência real, quando exacerbamos na alimentação, em geral, encontramos a culpa pelas escolhas inadequadas. Tudo bem, calma! Você está fazendo o seu melhor. Agora, vamos encontrar uma forma mais adequada para cuidar de seus sentimentos.

Sempre que perceber o desconforto, antes de se dirigir à comida, pare e pense. Permita-se adiar o comportamento alimentar distorcido e ao invés disso, recolha-se por um momento e pergunte a si mesma:
O que estou sentindo neste momento? 
Qual a motivação para este sentimento? 
De que forma posso cuidar desse sentimento?

Essas três perguntas são simples, porém, eficazes, caso você decida se envolver completamente na tarefa. Acredite na sua capacidade de enfrentar seus sentimentos e caso eles sejam mais fortes do que a sua capacidade, não hesite em procurar ajuda. A comida só entra no lugar do enfrentamento quando desconhecemos nossos sentimentos ou percebemos à nossa inabilidade para lidar com eles.
Enfim, a quantidade e a qualidade de comida estão diretamente ligadas à quantidade e qualidade de afeto que buscamos em nossas relações com a vida e com as pessoas.
Quando você cuida dos afetos, a comida gradualmente volta a seu lugar de origem.

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